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STREAMING DE LIVROS: FUNCIONA?

Por Delson Neto •
sábado, 2 de dezembro de 2017
Hey, galera! Tudo bem com vocês?

Dezembro chega e com ele entramos naquele ritmo de férias - criamos planos para os dias descansando em casa, longe de faculdade, trabalho e o que mais entra na nossa rotina diária. Sempre rola aquela lista de metas de leitura, séries para maratonar e músicas que passaram despercebidas ao longo do ano. Será que damos conta? Bem, a procrastinação é inimiga dos nossos objetivos, mas a gente tenta, né.

Pensando em otimizar nosso tempo diminuindo a quantidade de downloads, bem como cobrando por um preço ''justo'' os royalties das séries e afins, os serviços de streaming surgiram para facilitar a nossa vida e combater a pirataria. Isso vale tanto para música quanto para programas de televisão - e também para livros! Sim! Mas pergunta se todo mundo sabe disso? Entre Netflix e Spotify (ou os similares desses dois que também oferecem ótimas opções), há um mundo repleto de livros para ''alugar" por cerca de R$19,90 ao mês - e nem tô ganhando pra falar disso, okay? - chamado Kindle Unlimited.



Na teoria, é lindo termos um serviço de streaming de livros. Imagina poder carregar sua estante pra cima e pra baixo, praticamente sem peso, e pagando bem menos pelos títulos? Porém, essa visibilidade ainda não atingiu a todos. Seria o preconceito contra o ebook? Ou é a informação do produto que tem dificuldade de ser transmitida ao público certo?

Não é de hoje que vivemos essa dualidade entre quem ama e quem odeia o formato digital dos livros. Ele é vantajoso por inúmeras razões, mas ainda é pouco apelativo ao leitor obcecado pelas páginas amarelas das obras físicas. Além de ser leve, econômico e barato, o ebook pode se tornar uma ferramenta poderosa na mão dos autores independentes, por exemplo, ao contratar o Kindle Unlimited, dentro do acervo existem diversas histórias para alugar que são de autores novos no mercado, a cada página lida você confere a ele alguns centavos na cota final de lucros da Amazon - de forma que o autor, por sua vez, ganha por página lida. Não é uma fortuna, apesar de poder se tornar com o marketing certo, mas já ajuda alguém que está construindo sua carreira a não somente ter dinheiro para o leite das crianças, como dá um empurrão para sua visibilidade.

Contudo, é difícil a oferta e demanda de autores nacionais, ou os vindos de fora que não são publicados de forma tradicional por grandes nomes do mercado editorial. Essa é uma pauta para uma outra hora, porém, que já é importante esboçarmos caso esse texto lhe convença a dar uma chance ao streaming de livros :)



Entre títulos internacionais, best-sellers e obras vindas do anonimato, ler livros nunca foi tão fácil para usuários assíduos da internet e que estão inseridos em uma classe social mais privilegiada. Veja, não estamos aqui dizendo que qualquer um pode ler, vivemos em um país de classes mistas, onde a renda mensal chega a ser muito menor que um salário mínimo ou bolsa auxílio na maioria dos estados. A importância da leitura é mínima quando se precisa trabalhar para trazer dinheiro pra dentro de casa, o argumento de que "mas todo mundo bem que tem crédito no celular, e pode procurar obras em PDF" (que pasmem, já ouvi), torna-se inválido aqui. Prioridades mudam de papel em realidades diferentes da nossa de leitores, consumidores e confortáveis, na medida do possível, em nossas casas. Por que esse argumento é sem pé nem cabeça? Primeiro pelo que falei um pouco antes, segundo, porque além de tudo a pessoa está incentivando a pirataria. E por que tô falando tudo isso? Veja bem, porque tal discussão acontece todo dia em grupos de leitores que deveriam saber administrar o tipo de informação que chega até eles, ou melhor, que deveria entender como a política de distribuição e uso das obras online funciona.

Pensando nessa montanha russa de debates, algo torna-se claro aos meus olhos: o problema do streaming de livros nunca foi a dificuldade em ler obras online, ou de priorizar um serviço que ofereça séries ao invés de prateleiras de ebooks. O problema aqui é a comodidade de ter acesso às obras de forma ilegal. Se dá pra baixar de graça, por que vou consumir através de um serviço pensado para mim?

Atire a primeira pedra quem nunca fez download ilegal. Eu mesmo possuo uma biblioteca de música bem recheada, contudo, tendo equilibrar consumindo os álbuns físicos, ou utilizando o PlayMusic. Porém, vale salientar que nunca houve necessidade de inventar justificativas para que eu "não consuma música de forma apropriada''. E isso acontece, infelizmente, o tempo inteiro quando falamos de livros.

Talvez, em um futuro próximo, apesar de alguns estudiosos preverem o final dos ebooks, o streaming de livros funcione - se ele for mais objetivo ao público que precisa entendê-lo. Além da receptividade do mesmo não ser das melhores pela parte que consome, tê-lo em um formato muito americanizado e pouco global impede o acesso de leitores mais jovens. O que precisa acontecer é uma adaptação e releitura desse serviço - só que de nada adianta uma repaginada nos livros, se o leitor continua lendo sem absorver uma palavra sequer.

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