Há algum tempo, um conhecido me chamou no Facebook para fazer uma proposta. Ora, o que será, pensei com meus botões: será que é agora que ficarei rico? Passei o número do celular para ele (confiando em sua honestidade) e horas depois começou a mandar mensagens pelo WhatsApp falando sobre uma marca de produtos cosméticos que, sendo um associado, garantia 100% dos lucros. Foram dois dias tentando marcar uma reunião. A insistência foi tanta que no terceiro dia incorporei o Drácula das trevas e disse: “Meu querido, obrigado por pensar que eu, um reles mortal, fosse se interessar pelo incrível trabalho que vocês realizam. Tenho três colunas para abastecer semanalmente, meus trabalhos acadêmicos estão todos atrasados e meu cachorro chora por atenção, você entende não é mesmo?”. Insistiu mais um pouco dizendo que não era pirâmide. Então incorporei o vilão de vez parei de responder suas mensagens pelo WhatsApp.
Duas semanas seguintes encontrei outro conhecido na rua e papo vai papo vem, começou a falar sobre uma marca que por ventura não é pirâmide também. Conheço esse discurso, olhei pra ele e dei uma desculpa qualquer e sai correndo.
Semanas depois, chego ao meu trabalho e meu assessorado me apresenta um senhor aparentemente de boa índole. Desconfiar pra quê? Com uma xícara de café em uma das mãos, conversou sobre crise financeira, sobre o mercado de trabalho, enfim, um senhor interessante e antenado. Aos poucos, com seu jeito todo verborrágico, abriu sua bolsa e começou falar da Hinode. Naquele momento devia levantar da cadeira e finalmente me transformar no serial Killer, deixar claro minha paciência por encerrado e dizer chega. Chega dessa palhaçada.
Mas não foi essa educação que tive, então fiz um teatrinho que é o mais perto que posso chegar de um vilão de novela, e ouvi calmamente o jogo pretensioso dessa marca que mais aliena do que ajuda. Primeiro eles chegam com um discurso de milagre, que sua vida vai mudar, que sendo um associado aos poucos vai subir na pirâmide, como qualquer negócio.
Tem que ser muito iludido para acreditar que revendendo produtos Hinode chega-se ao topo da montanha. Os bem-sucedidos desse negócio são empresários que já têm seu público formado. Enquanto ganham seus milhões, fazem lavagem cerebral com palestras, que aproposito assemelhasse a uma pregação, apontando as formas viáveis para o sucesso e abusando da fé daqueles que têm a esperança de alcançar algum prêmio por mérito. Há inúmeras vias para o fracasso, poucos são para o sucesso. Tem que ser muito pretensioso para induzir alguém acreditar numa palhaçada dessas e mais ganancioso para acreditar.
Se por ventura conhecer alguém associado, fique se simpatizar com a ideologia. Mas corra se sentir desconfortável diante dos intercessores de Deus a serviço da própria empáfia. Não encontrei referências, mas assemelham-se a Testemunhas de Jeová ou qualquer religião que assim se anuncia.
Rindo loucamente aqui, sério mesmo.
ResponderExcluirJá ouvi " Você já conhece os produtos Hinode?" tanto quanto já ouvi minha mãe mandar eu ir arrumar a cama. kkkk
Adorei o texto, de verdade.
Sucesso, e cuidado, a Hinode está em todo lugar.
Amanda, esse pessoal não tem filtro, o que nos resta é rir mesmo da tacanhice deles todos. Um beijo grande.
ExcluirMeu Deus, hahaha, amei! É bem assim mesmo. Tanta gente para e faz proposta dizendo que isso vai mudar as nossas vidas, que ficaremos ricos e tudo mais, eu fico com uma louca vontade de perguntar "E porque você não está rico então?" Mas enfim...
ResponderExcluirAmei o seu post, de verdade ♥
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Bruna, o que se passa na sua cabeça se passa na minha "por que não está rico então?". Hahaha O bom é tirar algum humor disso tudo. Obrigado pelo comentário e um super beijo.
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