
Brilho do Sol é o nome de uma cidadezinha nordestina onde acontece a história de João, um menino de oito anos, que mudou a história do sertão de tal forma que nunca mais esse lugar voltará a ser o mesmo.
No livro, a fome existe, é fato, e ela dói.
Mas é fato também que o amor existe e ele é a estrutura para a felicidade. O amor ou a falta dele se materializam no bem contra o mal, uma constante luta durante toda a narrativa. Qual vencerá?
BRILHO DO SOL conta a história do pequeno João, um garoto que nasceu do amor forte de Ana por Teovaldo. Ele nasceu numa casa pequena de barro batido construído por seu pai e desde antes do seu nascimento foi envolto de luz.
De família humilde, João foi crescendo cercado de um amor incomum no Sertão visto que todas as famílias passavam necessidade e o amor era difícil de florescer.
Com poucos anos de vida, esse guri pequeno presenciou um ocorrido que podia traumatizá-lo, mas isso não acontece. De cara percebemos que João é diferente dos outros, tem uma sabedoria que causa estranhamento e ninguém sabe de onde tal sabedoria surgiu pois seus pais mesmo humildes não tiveram tanta educação assim.
Como toda diferença gera/atraí inveja, a família de João passa por grandes perrengues, além da fome que assola a família em Brilho do Sol. Entretanto, com a sabedoria de João eles conseguiram passar por todas essas situações de coração recheado de amor.

Foi inevitável a minha impressão de que a história do João é uma releitura da caminhada de Jesus Cristo. Para quem é religioso a obra é um prato cheio de ensinamentos para nutrir a fé, e para quem é de crença diferente por gerar um certo incomodo. Foi essa sensação que senti (incomodo), mas mesmo ela estão presente ao meu lado não consegui largar a leitura e devorei a obra em somente um dia.
É impossível não se ver torcer para que nada de ruim aconteça com o pequeno João e os momentos de tensão você já fica prevendo o pior, mas a autora conseguiu suavizar os cenários.
Roseli Magro conseguiu criar personagens que despertam ódio em nossos corações mas me decepcionei em ver os seus destinos finais serem traçados de maneira bondosa, quase como se houvesse uma censura para finais realistas (pois sabemos que quase sempre pessoas ruins tem destinos ruins).

É muito admirável o amor existente na família do João, sem sombras de dúvida é um belo exemplo a seguir.
Uma crítica que me deixou muito chocado - por ser real e saber de casos - foi a cultura dos interiores nortistas e nordestinos do Brasil de colocar a mulher como inferior ao homem, de ter que obedecer ao que eles dizem e de ser sempre a culpada de o relacionamento do vizinho não estar dando certo. O choque me percorreu em vários momentos e a frustração foi tamanha em refletir que de fato isso acontece e que nossas avós podem ter passado por isso mas que não tem coragem de conversar sobre. Essa foi uma grande denúncia que a Roseli trouxe para discussão, fora a questão da fome.

Outros pontos negativos que encontrei no enredo - além dos finais não realistas dos vilões - foram: uso de algumas palavras no diminutivo - que me incomodam em qualquer enredo -, sabedoria irreal de João que nem havia aprendido a ler ainda mas já conseguia cantar e compartilhar ensinamentos. E o último ponto negativo que esse foi o que me deixou muito frustrado: João saber criar canções com estruturas perfeitas no uso do português, nesses trechos eu ficava decepcionado pois se os pais deles nem falavam certo como que ele saberia formular as estrofes sem erros? Para mim, essas partes foram as menos realistas do enredo.
Concluo dizendo que BRILHO DO SOL é uma leitura muito válida para os que buscam reafirmar a sua fé em Deus. Reflitam sobre suas vidas e procurem mudar o que de mal vocês sentem que fazem.

Muito obrigada, Bruno, por essa resenha maravilhosa. Fiquei extremamente feliz por todas as suas colocações, inclusive os pontos negativos. Eles são muito importantes, pois são construtivos. Parabéns pelo capricho das fotos. Elas ficaram maravilhosas contrastando com o verde da grama. Fiquei enlouquecida quando as vi. Você é profissional ímpar. Fiquei muito emocionada com as suas palavras. Muito obrigada mesmo!!! Bjs
ResponderExcluirBruno!
ResponderExcluirAcredito que alguns aspectos da sua análise devo questionar: primeiro a questão das pessoas más, terem um final bondoso. Nem sempre os 'vilões' se dão mal na realidade, na ficção é até diferente, mas temos vários exemplos na vida real de pessoas más que sempre se safam e continuam a viver bem, sem contar que, se é um livro de cunho religioso, temos de levar em conta o perdão.
Quanto ao protagonista fazer canções com uso perfeito do português... você não acredita em autodidatas? E em milagres? Pelo que entendi, João era uma criança iluminada.
Fato é que quero muito poder ler o livro, porque gosto quando os autores se utilizam de analogias e gosto de livros que trazem ensinamentos religiosos que nos engrandecem.
“Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.” (Georges Bernanos)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Nossa, Rudy! Fiquei impressionada com sua visão, mesmo sem ter lido o livro. Foi exatamente isso que tentei transmitir. Bjs
ExcluirNão conhecia o livro e nem o autor. Não sou muito chegada nesse tipo de história mas tendo uma oportunidade leio com prazer, principalmente se o autor é brasileiro. Gostei da resenha.
ResponderExcluirOi, Maristela! Engraçado, o gênero de história que gosto é mais suspense, drama. Porém, por meu filho escrever ficção e fantasia, aprendi a gostar desse gênero. Se vc tiver uma oportunidade de ler Brilho do Sol, ficarei muito feliz em saber se vc gostou ou não. Bjs
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