Lido em: setembro de 2016
Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.
UMA CANÇÃO DE NINAR têm a narrativa é em primeira pessoa, sob a visão da jovem centrada Remy. Com o ensino médio concluído, ela está prestes a ir para a Universidade de Stanford. A obra descreve os três meses de verão vividos pela jovem antes de se mudar e entrar em Stanford. Nunca passou pela cabeça de Remy que, nesse curto espaço de tempo, fosse se aventurar ao lado de um músico.
Desde jovem, Remy sempre se orgulhou de ter o controle total nos seus relacionamentos amorosos. Ela, se via que um guri estava muito animado e precipitado, tratava logo de romper e partir para outra, sem pensar nos sentimentos do guri. A regra suprema era não se apegar. Por crescer presenciando os casamentos fracassados da mãe, é claro que sua visão sobre o amor tornou-se conturbada, fria e metódica. Uma das regras que ela se orgulhava muito, era a de que: não ficava com músicos.
Ao nascer, Remy teve uma música em sua homenagem intitulada Canção de Ninar, feita por seu pai, músico, que nunca chegou a conhecer. Cresceu odiando a única música que fez sucesso na carreira do falecido pai, pelo simples fato de possuir uma estrofe que lhe magoava profundamente.
Juntando a canção ao histórico de relacionamentos da mãe, não era de se admirar que Remy tivesse uma visão tão realista sobre o amor e tentasse evitá-lo, ou tentar identificá-lo, sempre que possível. Mas eis que aparece Dexter e transforma todas as certezas que Remy tinha em incertezas.
Dexter, logo de cara, chega dizendo que eles vão ficar juntos, e, nesse ponto, fiquei bastante irritado com o personagem, pela maneira adotada para a abordagem. Ninguém deveria invadir o espaço de alguém sem antes pedir permissão. Assim, os dois se conhecem a contragosto, com Remy torcendo para nunca mais ver a cara dele.
Em outra ocasião, que o destino parece uni-los, Dexter toca no jantar de casamento (o quinto!), da mãe de Remy, e eis que é outra chance dele demonstrar o quanto a química entre os dois é forte. Remy desiste de tentar se afastar do guri e, em outra ocasião, ela, porre, o beija e... Violá. Os dois estão juntos, vivendo um romance de verão.
No decorrer do enredo, presenciamos Remy se questionar sobre o que é o amor e abrir lentamente o seu coração, mesmo negando veemente.
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Foto: Bruno Marukesu |
Ela tem três amigas: Lissa, Jess e Chloe. Juntas, formam um quarteto unido para tudo, e esse tipo de amizade me deixou extremamente admirado. Não é sempre que vemos amizades em tão grande número durarem por tantos anos.
Os personagens secundários são bem descritos, tanto que desejei capítulos direcionados somente a eles, pena que não teve. Bárbara, mãe de Remy, foi uma personagem que me cativou e estressou. Ela é escritora, e isso me deixou tão animado que a vontade de sentar e escrever um livro bateu forte. Ela é uma romântica de carteirinha, logo me identifiquei. Definitivamente é uma mulher para ser admirada, mesmo falhando na criação de Remy e Chris, decidindo dedicar-se aos seus romances best-sellers enquanto os dois cresciam. Já Chris é um personagem que, por não ter muita importância, não me apegou, mas que me deixou feliz por ver o quanto ele é parceiro com Remy.
Alguns outros personagens me desagradaram bastante, como por exemplo a Jennifer, o Ted e o Don.
Não tem como colocar a obra num gráfico e definir os pontos altos e baixos no decorrer do enredo, pois o mesmo flui continuamente em estado morno. O que torna
Uma Canção de Ninar inesquecível é a variedade de momentos que expressam a realidade e os questionamentos a cerca do amor. Aqui não é trabalhado um amor idealizado, como são no cinema, mas como ele o é no cotidiano da realidade. É assustadoramente fácil se apegar e se identificar durante as 352 páginas.
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Foto: Bruno Marukesu |
O trabalho editorial do livro é lindo. A imagem da capa representa um local que, infelizmente, não tem muita importância no enredo. As páginas são amareladas e o tamanho das letras é grande, permitindo uma leitura rápida. Os capítulos são medianos. Sarah Dessen possui uma escrita muito simples e fluída, que encanta e instiga o leitor a devorar o enredo. Definitivamente, entrou para o meu hall de escritores favoritos!
Indico o livro para aqueles que curtem um romance leve, sem muita turbulência e que aborde a questão do amor sobre uma perspectiva realista.
P.S: publicado originalmente no Gettub.
já gostei da sinopse, e sua resenha foi ótima. Amo livros de romance jovens, vou baixar já!
ResponderExcluirBlog Entre Ver e Viver
Obrigado, Caroline. Leia e depois compartilhe comigo suas impressões. ^^
ExcluirBjs
Olá!! Nossa que blog legal, muito bonito o layout!
ResponderExcluirSempre achei interessante os livros dessa autora.
Mas nunca tive uma oportunidade de ler nenhum.
Parabéns pela resenha!!
Abraços!
Oi, Tony :D
ExcluirQuando tiver a oportunidade de lê-la não hesite, não pense, simplesmente pegue o livro e comece a leitura.
Obrigado, também gosto muito do layout. ashuhasu
Abraços