Olá, leitores!
Tudo bem com vocês? Como devem ter observado, acompanhei todos os comentários e agradeço por terem expressado as opiniões de vocês. Como disse antes, sei que é uma forma meio louca de tudo acontecer e, infelizmente, neste livro vocês só conhecerão a visão do Vini sobre os sete dias que irão mudar significativamente a vida dele. A sequência de Um Romance Inesperado, no entanto traz a versão da Mel e a continuação da história a partir da perspectiva desta jovem “tão louquinha”. Ousadia e irreverência a definem, e ela tem o seu próprio inferno pessoal a vencer; mas isso vocês irão descobrir devagarinho. Enquanto isso, desfrutem do segundo capítulo. O que será que está reservado para a terça-feira?
Droga! Isso é real? Eu realmente estou prestes a bater à porta do apartamento de uma garota da qual só sei o nome? Sim! Eu de fato estou fazendo isso!
Respirei fundo pela terceira vez, sem acreditar na loucura que era toda essa situação, e toquei a campainha.
Nada!
Toquei mais uma vez, e novamente a resposta foi a mesma – um perturbador e profundo silêncio. É lógico que a Mel, se é que esse era seu verdadeiro nome, não iria dar seu endereço a um completo estranho. Nenhuma garota minimamente sã faria isso. Percebendo que aquilo só poderia ter sido uma pegadinha para me colocar em meu lugar, comecei a dar meia-volta e já estava quase ao pé das escadas quando a vi. Deus, aquilo era real! Ela realmente me deu o endereço certo.
Fiquei algum tempo apenas a admirando enquanto ela subia às escadas. Mel parecia ainda mais encantadora do que da primeira vez em que nos encontramos. Ela usava tênis roxos, uma calça jeans toda detonada, camiseta amarela dos Minions, jaqueta preta de couro e os cabelos ruivos presos em duas tranças laterais. Maluca? Não! Linda! E mais uma vez me peguei sorrindo feito um bobo pelo efeito que aquele rosto meigo tinha sobre mim.
- Desculpa o atraso. – falou assim que subiu, pegando-me de surpresa ao segurar meu rosto e beijar minha bochecha como se fôssemos velhos conhecidos.
– O ensaio demorou mais do que o normal. Você quer entrar? – perguntou caminhando até o apartamento. – Eu realmente preciso tomar um banho antes de sairmos.
Devia haver algo errado com ela, como poderia convidar um desconhecido para dentro de sua casa daquele jeito? A verdade é que mesmo tudo sendo tão inusitado entre nós, havia algo de familiar em Mel. Eu não sabia quando nem onde a havia visto, mas desde ontem tenho a estranha sensação de reconhecimento ao observá-la.
Ao abrir a porta, acompanhei-a para dentro da sala de sua casa. Era um lugar incrivelmente divertido, as paredes amarelas estavam repletas de quadros com imagens de Mel em peças teatrais.
- Na minha profissão, não existe feriado! Mas fique a vontade, eu já volto.
Caminhei observando cada detalhe da sala em busca de compreender um pouco mais a beldade que me deixou ansioso por reencontrá-la.
- Eu devia ter imaginado que você era atriz. – comentei para mim mesmo, enquanto escutava o som da água derramando pelo chuveiro do banheiro.
Prendi-me um pouco mais à imagem daquela ruivinha sob a água, imaginando-a vividamente. Apesar do jeito infantil, a atitude ousada de Mel reforçava a impressão que tinha de que ela era uma verdadeira tentação.
Estava entretido com a fotografia de Mel abraçada a uma garotinha ruiva tão linda quanto ela, a qual não deveria ter mais do que dois ou três anos, quando a ouvi entrar na sala chamando minha atenção para si. Novamente fui arrebatado pela estranha sensação de familiaridade.
De onde a conhecia?
- Agora sim, podemos ir. – disse vestindo uma calça jeans com camisa de manga longa listrada em vermelho, azul, amarelo, verde e laranja. Esta era a primeira vez que via seus cabelos completamente soltos; e eram divinos, com cachos que se estendiam até a cintura. Mel definitivamente fugia de todos os padrões, sua beleza era espontânea, divertida e original. Nada de alisamento químico nos cabelos, ou quilos de maquiagem. Sentia-me atraído por ela ser assim, simplesmente a Mel.
- Aonde você quer ir? – perguntei focando-me no prazer de tê-la por perto.
- Ora, Vini. Pensei que você fosse escolher; afinal, a ideia foi sua. – a intimidade com que me chamou aqueceu-me, fazendo surgir um sorriso em meu rosto.
- Fato.
- Então surpreenda-me. – ela pediu, e enlaçou sua mão na minha, puxando-me para fora de seu apartamento.
Isso sim seria um desafio. Como surpreender alguém como ela?
Mil ideias clichês de para onde poderia levá-la passaram por minha cabeça enquanto caminhávamos até o carro; mas foi durante nossa conversa, já em meu veículo, que mudei o caminho que estava fazendo, optando por um lugar mais comum e divertido, pois sabia que lhe agradaria.
- Boa noite, Ricardo! – cumprimentei o segurança do pub irlandês gerenciado pelo Pedro.
Guiei Mel à mesa que normalmente ocupo quando venho aqui com meus amigos.
- Que lugar legal! – comentou assim que nos sentamos. – Nunca estive aqui.
Pude ver pelo seu rosto que ela realmente havia gostado. Mel tinha me confidencializado o quanto adorava cerveja artesanal e eu mal podia esperar para ver sua reação ao provar uma das que eu havia feito com Pedro, afinal esse é um de meus passatempos preferidos.
- Que bom que você gostou. Meu melhor amigo é gerente daqui e nós dois costumamos nos divertir com o preparo de algumas das cervejas que são fabricadas e servidas neste pub.
- Você está falando sério?
- Claro. – disse com um sorriso extremamente satisfeito por ver sua cara de surpresa.
– Só um minuto, já volto. – disse depositando um beijo em sua mão antes de me afastar.
Fui ao bar, pedi nossas cervejas e observei Mel de longe enquanto aguardava as bebidas. Ela estava distraída olhando tudo ao redor. Suas mãos estavam sobre a mesa, em uma pose relaxada; Mel apoiou o cotovelo na mesa e o queixo sobre a mão direita, enquanto seu olhar continuava a passear pelo ambiente até se encontrar com o meu. A princípio mantivemos o sorriso em nossos rostos, porém, logo fomos tomados por um cúmplice desejo que se tornou tão intenso em seus olhos quanto nos meus. A mensagem estava clara: eu a queria e ela tinha o mesmo sentimento.
Fomos interrompidos pela voz de Ivo ao me entregar as bebidas. Agradeci e caminhei até onde Mel estava sentada. Mantive meu olhar fixo no dela durante todo o trajeto.
- Espero que gostes! – falei ao lhe entregar uma garrafa.
Observei fascinado o modo como ela acomodava seus lábios em volta do gargalo e senti um arrepio percorrer o meu corpo devido à forma como sua garganta pulsava ao sorver o líquido gelado. Uma pequena gota escapou de seus lábios e eu não resisti. Aproximei-me dela e ao apoiar minha mão em seu pescoço, olhei-a com intensidade puxando-a para mim. Mel não resistiu, pelo contrário, rendeu-se ao desejo aproximando seus lábios ainda mais. Com a língua saboreei o rastro deixado pela cerveja em seu queixo até chegar aos lábios, onde me rendi ao sabor daquela mulher. O beijo durou algum tempo e foi com dificuldade que nos afastamos.
- Inebriante. – falou com um sorriso extremamente sedutor em seus lábios – Definitivamente, esta cerveja entrará para a lista das minhas favoritas.
Sorrindo dei-lhe outro beijo, controlando-me para manter a compostura; então voltamos à conversa que havíamos iniciado no carro. Fiquei sabendo um pouco mais sobre o furacão Mel. Apesar de ter nascido na Alemanha, ela já vive no Brasil desde os cinco anos de idade, quando sua mãe, que é brasileira, voltou para perto da família ao ficar viúva. Além disso, pude perceber o quanto seu jeito leve de ver a vida combinava com tudo o que eu buscava em uma mulher. Alguns minutos depois fomos interrompidos.
- E aí, Vinicius, tudo bem? – Pedro aproximou-se estendendo sua mão para mim; depois, voltou sua atenção para a excêntrica beldade ao meu lado. – Você deve ser a Mel. Agora entendi por que o meu amigo não parou de falar a seu respeito.
- Foi mesmo? – A garota perguntou fixando seu olhar em mim, como se pouco importasse que o homem que havia acabado de lhe dirigir a palavra fosse um loiro, rato de academia, com quase dois metros de altura e um par de olhos azuis que normalmente o faziam se dar bem nas festas.
- Sim, senhora! À noite inteira! Mas confesso que preciso te agradecer... – disse sentando-se ao meu lado enquanto continuava com sua tagarelice – ...graças a você, o Hugo, o Renan e eu tivemos uma chance no boliche.
Como o rosto dela demonstrava interesse, Pedro continuou com minha humilhação: - O Vinícius costuma nos dar um banho, mas ontem você distraiu os pensamentos dele.
- Hummm... Bom saber! – Mel comentou enquanto levava sua cerveja à boca.
Precisei morder meu lábio para controlar a vontade de beijá-la novamente; afinal, aquele não era o momento, pelo menos não com o Pedro do nosso lado.
A banda de uns amigos havia sido convidada para tocar esta noite e eles estavam realmente dando show. Algum tempo depois Renan e Hugo chegaram com Camila, namorada de Hugo, e uma amiga dela - Ruth. Estávamos todos aproveitando à noite. Mel rapidamente se entrosou com o grupo e foi agradável ver o quanto ela se ajustava à minha galera. A alemãzinha era divertida, inteligente e ousada em suas respostas; além disso, quando começou a dançar... precisei me perguntar de onde havia saído tanto molejo.
Percebi que vários homens estavam olhando para Mel e decidi me aproximar para deixar claro que ela estava comigo. Coloquei minha mão em sua cintura e Mel virou-se de frente para mim, colocando ambas as mãos em minha nuca e aproximando-se de meu corpo com movimentos insinuantes. Sem conseguir resistir apertei seus quadris com as duas mãos, demonstrando com meus olhos e meus gestos o quanto a queria... Mel apenas sorriu e aproximou-se ainda mais de mim. Seus olhos estavam negros de desejo, as pupilas dilatadas escondiam quase que completamente a cor esverdeada deles, e aquilo me deixou ainda mais necessitado dela; foi por isso que ao sentir seus lábios tocarem os meus eu me entreguei. Como uma mulher poderia me fazer sentir algo tão intenso em apenas dois dias?
Ao me verem beijá-la, meus amigos sem noção começaram a gritar. Qualquer garota teria ficado sem graça, mas é lógico que não a Mel. Ao invés de se afastar, minha ruiva apimentada afundou ainda mais as suas mãos em meus cabelos... Não sei se era efeito do álcool, mas eu a suspendi do chão e ela decidiu dar uma mordidinha em minha boca, rasgando-a levemente, fazendo-me sentir um sabor metálico. Mel passou sua língua para estancar o pouco de sangue que ela havia retirado de mim, e novamente me deixou sem palavras...
- Perdão, Vini! Acontece que você é tão saboroso... não pude resistir.
Porr...! Essa garota vai me matar!
Apertei-a ainda com mais intensidade em meus braços, e estava prestes a dar a Mel a resposta que ela merecia por sua atitude ousada, quando uma voz rasgou o espaço atrás de nós.
- Vinícius?! – a voz de Thaís parecia surpresa e ao mesmo tempo indignada com a cena que estava testemunhando.
Mantive um de meus braços atrelado a cintura de Mel, puxando aquela garota espevitada ainda para mais perto de mim antes de cumprimentar minha ex.
- Oi, Thaís!
A loira digna de estampar qualquer capa de revista, olhou com ar de desprezo para Mel.
- O que é isso? Dia do orgulho gay? – disse em uma clara tentativa de ofender a ruivinha, com sua referência ao arco-íris de cores que estampavam a camisa da garota em meus braços.
- Para com isso! – falei entre dentes. Eu não iria deixá-la se comportar desse jeito.
- Relaxa, Vini! – aquela pimenta falou pouco antes de se apresentar à Thaís.
- Sou a Mel e você, quem é?
- Eu sou a Thaís.
- Isso eu já entendi. – falou com um sorriso desafiador... Sabe aquela atitude ousada que só ela tem e que me deixa louco? Pois é!
- Sou a namorada dele.
- Ex-namorada. – tratei de corrigir Thaís e Mel iluminou o seu rosto com um sorriso muito satisfeito por minha resposta.
- Parece que você perdeu o posto, querida. – após um gesto de cabeça do tipo “Opa! Foi mal!”, Mel deu as costas para Thaís e voltou a me beijar.
Perdi a noção de quanto tempo ficamos daquele jeito, apenas adorando os lábios um do outro.
- Sugiro um quarto! - Pedro deu uma batidinha em meu ombro, enquanto passava por nós e Mel lhe respondeu:
- Não é preciso, não sou do tipo que vai pra cama com um cara logo no primeiro encontro. – disse ao lhe dar um piscadinha.
Depois que Pedro se afastou, ela sorriu e me encarou.
- Mas... – Mel mordeu os próprios lábios - Quem sabe no segundo?
Definitivamente eu estava perdido, e confesso não sentir nenhuma vontade de me encontrar!
Esses dois, hein?! ...
Então, o que acharam desse encontro? Espero pelos seus comentários!
Galera, quero aproveitar o espaço e fazer um convite a vocês. Além de escrever para a Entrelinhas, e dedicar horas de minha vida à docência, sou colunista e editora na Revista Digital Mklay, onde, aos domingos, publico minha primeira novela “Sensações...”, trata-se de uma trama ambientada em pleno século XIX e desde que estreiou ocupa o top 5 da revista. Convido a todos para acompanhar essa novelinha que vem dando o que falar, e que amanhã terá seu oitavo capítulo publicado.
Ahhh... E fiquem de olho, tem promoção de “Sete dias para se apaixonar” chegando! Aguardem!!!
Desejo a todos uma ótima semana!
Beijinhos, e até o próximo sábado!
Amei, gente está divo, fiquei super curiosa por ler na íntegra, adoro romances assim. Parabéns, espero ler tudo logo.
ResponderExcluirE parabéns pela coluna que faça muito sucesso.
Beijos.
Muito obrigada, Karine! Espero que a história continue te cativando. A quarta-feira promete! Até o próximo sábado!
ExcluirBeijos!
Olá!
ResponderExcluirA primeira parte que tinha lido tinha me deixado um pouco com o pé atrás pelo fato de a Mel ter passado seu endereço logo de cara, as coisas aconteceram rápido demais, sabe?
Apesar disso, gostei muito do desenrolar e achei muito bacana a Mel não se sentir intimidada para ex do Vini. Estou me perguntando que ligação é essa que o Vini sentiu.
Quero ler a continuação, estou curiosa.
Beijos
Oi, Bruna!
ExcluirQue bom que a história está começando a te envolver!
Espero que acompanhes e que gostes dos próximos capítulos!
Beijos! 😘💋