
Mas serial killer, por sorte, não era.
Estávamos em três avariados o com relato estapafúrdio. Quando achamos que o pior já tinha acontecido, disse que mal se viam, conversavam mais por skype e, quando se encontraram, selaram a loucura. Contou esta história fatídica na gargalhada, enquanto nós, de fora, falávamos: miga, sua ‘loka’. Mas loucos mesmo somos nós que levamos a sério demais as placas de advertência. Até hoje aplaudo aquela mulher que apareceu nos noticiários anos atrás quando todos estavam a sua procura, e ela, dias depois, aparece dizendo que teve as melhores noites de vida com um foragido da polícia.
A gente tem assistido a muitos jornais, e não levamos em conta que a nocividade ainda não é epidêmica. Somos todos bem-intencionados em potencial, basta apenas que levem a sério nossa loucura para que pulemos do paraquedas. E depois do salto, o que nos resta é aproveitar a miragem. Até trombarmos com aquela leve sensação que nos toma toda vez que vemos a sinalização. Perigo.
Perigoso mesmo é manter-se sóbrio. Não se permitir pelo menos por uma única vez fazer uma loucura, olhar pelo buraco da fechadura e só então ter o gatilho da coragem para abrir a porta tão prometida, aquela que cabe desejo, aventura, luxuria e um pouco de tudo. Perigoso é não se arriscar, deixar que o medo e a imposição dessa sociedade hipócrita falem mais alto.
Quando a sobriedade voltar, quando o estranhamento aparecer, quando a graça acabar, é simples: é só pegar o desvio, aquele que sempre dá o sinal a 1 km de distância anunciando o caminho para voltar.
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