Mesmo em meio a correria após a premiação, afinal Mailson foi o primeiro autor independente que levou o Prêmio Jabuti de Livro do Ano, o autor conseguiu conceder uma conversa espontânea com o Refúgio. Com respostas claras e bem sinceras, conhecemos mais a fundo o criado de "A Cidade".
"A vida depois do Jabuti, mudou a rotina, ficou doida. Falar de poesia e literatura independente tem sido gratificante..." afirma o autor.
Aos 27 anos, Mailson escreveu "A Cidade" completamente à mãos, e cuidou de cada detalhe desde a capa até a diagramação. O autor até tentou publicar por uma editora, porém das que enviou proposta, apenas uma respondeu com um "não", as outras nem sequer deram seu veredito.
"Uma das dificuldades iniciais sempre é o descrédito quando você vai apresentar seu trabalho. A dificuldade maior está na distribuição e venda, já que você tem que ter um nome para vender..." relata o autor.
O livro "A Cidade", é um poema que retrata a história de Varjota no Ceará, cidade onde vive Mailson Furtado. E mesmo com as dificuldades para publicar e vender os 300 exemplares iniciais, o autor nunca desistiu.
R.L - Como foi sair de autor de fundo de livraria para destaque nas vitrines?
Mailson - Estar podendo vender livro, antes algo inimaginável, antes apresentava o livro e ninguém via, e hoje te procuram, o prêmio Jabuti trouxe isso. E espero que não se reflita só em mim, mas em todo mercado independente.
R.L - Nos diga, qual a sensação de estar agora entre os grandes nomes que já ganharam o Jabuti?
Mailson - Uma alegria imensa estar nesse hall gigantesco de nomes. Incrível me encontrar hoje entre aqueles que me formaram quanto leitor. Mas sempre tive cuidado de me policiar quanto a vaidade.
R.L - Como foi a volta para Varjota após a premiação?
Mailson - Esse foi um dos grandes momentos da minha vida. Nunca tive quatro dias tão diferentes um do outro. Sair sem ninguém saber e voltar com com todo mundo querendo te abraçar, é incrível. Todo mundo ali pleno meio-dia, sol à pino, esperando para o desfile em carro aberto.
R.L - De onde surgiu a idéia de "A Cidade"?
Mailson - Foi um trabalho totalmente diferente do que já fiz, o meu primeiro poema longo. O motivo veio da experiência que tive com Ariano Suassuna em a Pedra do Reino. A forma como ele apresentou o sertão paraibano e pernambucano foi tão profundo, que quando tive a oportunidade de visitar, era como já estivesse estado ali. E eu queria marcar meu lugar literáriamente nas pessoas. Foi assim que em novembro de 2015 surgiu "A Cidade".
R.L - Você acha que ainda ha rejeição pela literatura nacional?
Mailson - Sinceramente acho que não. Mas tenho uma crítica por certas leituras, de médio gosto, que acaba por afastar leitores. Alguns selos editoriais publicam certas obras apenas pela gana de vender, e acaba por afastar pessoas de bons Nacionais.
R.L - O que podemos esperar de você daqui para frente?
Mailson - Acabei de lançar no final de novembro, Passeio Pelas Ruas dos Outros. Pretendo no momento divulgar "A Cidade" e este novo trabalho, ainda não parei para pensar no futuro.
Terminamos a entrevista, Mailson Furtado agradecendo pelo espaço e deixando seu recado para novos autores:
"Acredite no seu trabalho, e ao mesmo tempo desacredite dele. Busque sempre ler, pesquisar e aprimorar o que faz. Busque sempre a qualidade no que faz, assim você chegará onde quer..."
Para adquirir os livros do autor, os mesmo estão disponíveis na Livraria Leitura, Amazon ou com o próprio autor no seu Instagram: @mailsonfurtado
Oi!
ResponderExcluirEu soube que o livro ganhou o Jabuti e apesar de não gostar muito de poesias, achei muito interessante e importante que um autor do gênero tenha levado o prêmio.
A entrevista está ótima. Parabéns!
Bjss
http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/
Não conhecia o autor e adorei a entrevista. Concordo com ele que algumas editoras lançam alguns livros que acabam fazendo o pessoal generalizar a literatura nacional. Eu adoro livros nacionais, então já coloquei o autor na minha meta para 2019!
ResponderExcluirbeijos
Que entrevista mais amorzinho! Parabéns por ela, de verdade. Fiquei muito feliz quando descobri quem havia sido o vencedor do prêmio, sao autores assim, que lutam tanto por seus sonhos que merecem esse tipo de premiação!
ResponderExcluirOlá! Também não conhecia o autor, acho que por ter me afastado um pouco da poesia, mas achei uma ótima oportunidade para voltar a ler e também a conhecer outras obras desse gênero. Parabéns pela entrevista!
ResponderExcluirBjos
Lucy - Por essas páginas
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o autor, mas foi ótimo a oportunidade de saber mais de seu passado e conhecer mais sobre o trabalho dele.
Muito boa a entrevista e parabéns pelo autor pelo prêmio.
Beijos!
Camila de Moraes
Oi Mairton, como está?
ResponderExcluirEu fiquei embasbacada quando soube que um livro independente ganhou o Jabuti, mas ao mesmo tempo me deu uma felicidade em saber que eles valorizaram a qualidade da obra acima de qualquer coisa.
Parabéns ao autor pela grande vitória e a ti pela entrevista maravilhosa com ele.
Abraços e beijos da Lady Trotsky...
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