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[RESENHA] CRÔNICAS DA FAMÍLIA IREMONGER - O SEGREDO DE HEAP HOUSE

Por Bruno Marukesu •
terça-feira, 6 de junho de 2017
Autor (a): Edward Carey
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2017
Lido em:  maio de 2017
Nº de Páginas: 384
Onde Comprar: AMAZON
Livro recebido em parceria com a editora
 Clod é um Iremonger. Ele vive nos Cúmulos, um vasto mar de itens perdidos e descartados coletados em Londres. No centro dos Cúmulos está Heap House, um quebra-cabeça de casas, castelos, cômodos e mistérios recuperados da cidade e transformados em um labirinto vivo de escadas e criaturas rastejantes. Uma tempestade está se formando sobre Heap House. Os Iremonger estão inquietos, e os objetos falantes estão gritando cada vez mais alto. Os segredos que mantêm a casa em pé começam a vir à tona para revelar uma verdade sombria capaz de destruir o mundo de Clod. Tudo, porém, começa a mudar quando ele encontra Lucy Pennant, uma órfã rebelde recém-chegada da cidade.
O SEGREDO DE HEAP HOUSE conta a história do jovem Clod que vive num local chamado por todos os seus habitantes de Cúmulos. É nesse lugar que toda a sujeira da grande Londres é reunida, reciclada e reutilizada pela família Iremonger que se estabeleceu no Cúmulos há gerações. Eles vivem para transformar a sujeira em objetos úteis para si.

 A história do jovem Clod e de todos ao seu redor é instigante devido a todo Iremonger ser distinto um do outro, eles possuem personalidades próprias, caráter, opiniões divergentes e sentimentos conflitantes. Mas há um fato comum entre todos os Iremonger homens: o desejo inflamado de vestir calças cumpridas para se tornar um Iremonger adulto e finalmente ser respeitado.

 Heap House funciona mais como uma escola familiar do que uma casa onde todo jovem é disciplinado e guiado a entender qual posto deve tomar no futuro na hierarquia Iremonger. Fazendo uma ponte com a nossa realidade a obra vem para nos chocar com o quanto a sociedade nos força a criar caminhos, tomar atitudes, escolher papéis na massa social.

 Gostei bastante de ver toda a construção do histórico familiar Iremonger, a divisão entre sangue-puros e mestiços; assim como em qual momento os objetos de nascença passaram a existir e como se deve essa distribuição no momento do nascimento de um bebê Iremonger. Em um cenário limitado, Edward Carey consegue expandir bastante nossa visão já que praticamente todas as cenas se passam dentro da enorme Heap House e seus infindáveis corredores sendo reservado pequenas doses da paisagem externa da mansão.

 Seria exagero da minha parte dizer que me apeguei aos personagens, mas me vi torcendo para que Clod e Lucy Pennant ficassem juntos e olha que não sou de curtir romance em livros de aventura. A cada cena de tensão me deixava aflito com o futuro dos personagens, não conseguia prever se iriam se machucar ou sofrer penalidades.

 Heap House pode ser longe de Londres, mas que ela por si só é uma pequena cidade isso é se considerarmos a hierarquia vigente e o grau de comprometimento e subordinação que os Iremonger tem com os seus afazeres.

 A critica que o autor levanta ao retratar os Cúmulos como um sistema completamente totalitário e rígido é chocante. Me remeteu instantaneamente a revolução industrial onde a procura por mão-de-obra barata e  não-pensante era a ideal para se evoluir. Isso é presente do começo ao fim nesse primeiro livro das CRÔNICAS DA FAMÍLIA IREMONGER.

 Com narrativa em primeira pessoa sobre os pontos de vista de Clod e Lucy, a obra nos agracia com o surgimento do amor juvenil e o quanto ele pode ser forte ao se cochar contra barreiras.

 Mesmo sendo uma obra para o público infanto-juvenil pude relembrar lições valiosas como nunca passar por cima de ninguém e muito menos desacreditar nos meus sonhos.

 A narrativa em primeira pessoa me surpreendeu visto que os protagonistas são tão diferentes e frequentam lugares tão ricos em detalhes. Me peguei imaginando os cômodos da mansão e se tudo podia caber nessa junção de casas chamada Heap House.

 A escrita do Edward Carey segue fluída do início ao fim, os cenários se apresentaram de uma maneira que estimulou bastante a minha mente a tentar visualizar tudo nos mínimos detalhes.

 Se o enredo é bom? Só pelo fato dos objetos de nascença esconderem um tremendo segredo e Clod ouvi-los me foi material suficiente pelicular para devorar toda a obra e confirmar o quanto o autor tem de criatividade para criar histórias bizarras e instigantes. É claro que é bom! Com certeza Edward Carey está no caminho certo para se tornar um autor conhecido pelos quatro cantos da terra.

 A capa da obra é bastante medonha e melancólica, traduzindo perfeitamente o que muitos Iremongers parecem sentir no decorrer das 384 páginas que compõem esse livro.

 Os capítulos são relativamente curtos se considerarmos a fonte das letras que são grandes e agradáveis aos olhos. As folhas amareladas combinam de maneira espetacular com as ilustrações feitas pelo próprio autor em cada começo de capítulo que vale ressaltar: SÃO BIZARRAS.

 Recomendo a obra para todo aquele que adora um bom mistério, que procura críticas construtivas em enredos juvenis e que torce por finais felizes... Ou pelo menos algo equivalente.

Comentários via Facebook

15 comentários:

  1. Não sou muito fã de livros de mistério, porém amei essa capa e achei a história interessante. Obrigada pela dica!
    Beijos
    Mari
    www.pequenosretalhos.com

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  2. Ótima sua resenha, parece mesmo um livro maravilhoso, indicarei a amigos, parabéns pelo blog sucesso

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  3. Morgana Brunner16 de junho de 2017 11:24

    Oiii Bruno tudo bem?
    Eu tenho tanta vontade de ler esse livro que você nem imagina, principalmente por envolver assuntos e gêneros que me agradam, dica anotada e amei essa edição, linda demais!
    Beijinhos

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  4. Oi, moço!
    Vi esse livro em minha última visita às livrarias e fiquei impressionada com a capa, ilustrações e sinopse. Fiquei feliz ao ler tua resenha e constatar que esse livro é muito legal mesmo! =)

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  5. Regiane Medeiros17 de junho de 2017 13:17

    Oi Bruno! Nossa, adorei sua resenha e o fato de apontar questões que a maioria das pessoas deixa passar batido por se tratar de uma obra juvenil. Parabéns! Com certeza vai pra wishlist, curti muito o enredo! Bjoooo

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  6. Oiii! Adorei sua resenha. Confesso que não gostei da capa e provavelmente passaria diretopor ele em uma livraria. Parece uma ótima história. Dica anotada. bjs

    www.livrosdabeta.blogspot.com.br

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  7. Fabrica dos Convites17 de junho de 2017 22:15

    Ou Bruno, não conhecia o livro, e por tudo o que você falou sobre ele fiquei interessada, e acredito que meus filhos vão gostar também.
    Bjs Rose

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  8. Ooi, Bruno!
    Vi uma foto desse livro ontem mesmo em uma Page no Facebook. Amei a capa da obra!
    Parece ser um livro bem interessante, principalmente por conta dos pontos que ressaltou, como o mistérios e a crítica que o livro traz. Por isso, mesmo não sendo algo que eu leria no momento, fiquei com vontade de, sim, lê-lo um dia. Dica anotada!
    Ah, parabéns pela ótima resenha!

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  9. Olá, tudo bem? Não conhecia o livro, mas a forma descrita, e a narrativa me chamaram bastante a atenção. Essa comparação com a Revolução Industrial e seu modo é bem convidativa também. Adorei e ótima resenha! Mega dica anotada.
    Beijos,
    https://diariasleituras.blogspot.com

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  10. Recebi esse livro para o blog, mas ainda não foi feita a resenha, apesar de ter começado a ler e achado interessante, quem vai resenhar é a Val, colunista do blog. Também achei a capa melancólica.

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  11. Olá Bruno, tudo bem?
    Eu não conhecia o livro, mas fiquei interessada nessa leitura. Achei a obra um tanto tensa, melancólica, misteriosa e por isso já estou ansiosa pela leitura. Sua resenha também é bem instigante, parabéns!

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  12. Oi Bruno,
    Lendo apenas a sinopse e julgando pela capa, pensava uma coisa totalmente diferente sobre o livro. Gostei de saber mais sobre a história e até me interessei com a relação dela com a revolução industrial.
    Beijos
    Blog Relicário de Papel

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  13. Que edição mais linda! A capa, ilustrações... perfeitas. Fiquei intrigada com o "final feliz, ou equivalente".
    Bjsss

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  14. Thayenne Carter21 de junho de 2017 21:03

    Olá,

    Acho que nunca li nenhum livro com uma premissa parecida com essa, estou intrigada e interessada, e isso é incomum para mim, pois não costumo sair muito da minha zona de conforto. Não sabia nada sobre esse livro e nem mesmo o conhecia, no entanto adorei saber mais da história e sua opinião sobre ela. Espero gostar da leitura tanto quanto você.

    Beijos,
    entreoculoselivros.blogspot.com

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  15. Cila - Leitora Voraz5 de julho de 2017 07:34

    Oi Bruno, tudo bem?
    Não conhecia esse livro, mas já fiquei encantada. A ilustração dessa capa é um convite a ler esse livro. E as ilustrações dentro enriqueceram a obra. Que enredo diferente, gostei desse mistério dos objetos de nascença. Não vejo a hora de ler. Sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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