Estava morrendo de saudades dessa nossa coluna em que confronto a opinião de dois autores sobre o mesmo tema, sem quem um não tenha contato com o outro. Os autores participante de hoje são: Mateus Lins, Cearense, residente em Fortaleza, autor do livro de fantasia infanto-juvenil O Reino de Mira, lançado ao longo de seus dezessete anos. Fascinado pelo mundo das letras desde criança, o autor já conta com prêmios literários e publicações em variadas antologias; E Cassia Cassitas, residente em Curitiba – Paraná, cujo primeira obra, Domingo, O Jogo, publicada em 2010, alcançou o topo do ranking dos livros eletrônicos mais vendidos no Brasil e onde ficou por 33 semanas e também do livro Fortuna – A Saga da Riqueza.
O tema proposto de hoje é: Autores Estrangeiros X Autores Nacionais, vamos confrontar o que cada autor pensa sobre o tema e ver as diferentes formas de ver o mesmo assunto, vamos lá? Aceito sugestões para temas de nossa coluna, através do e-mail: .
Obs: As resposta dos autores estão conforme me foi enviado, sem qualquer edição ou corte.
Autores Estrangeiros X Autores Nacionais
1 - Você acha que os leitores brasileiros gostam de ler mais autores estrangeiros? Por quê?
Mateus Lins - Acredito que essa é uma perspectiva em mudança. Hoje, vemos uma intensa propagação da literatura nacional proporcionada por diversas ferramentas, dentre algumas delas, as redes sociais que aproximam os leitores de seus autores e o trabalho de dedicados blogueiros.
Não acredito que este é um fator relacionado potencialmente a questão de gosto, mas a questão de investimento e publicidade. Autores nacionais que possuem publicidade elevada para suas obras conseguem atingir bons números e ganhar destaque dentro do que é apresentada pelo mercado.
Claro, torna-se valioso salientar a qualidade da obra literária abordada em questão, tanto nacional quanto internacional. Foca-se nesse caso o processo de filtragem do mercado editorial e livreiro.
Cássia Cassitas - Quando o assunto e não ficção, os títulos de autores brasileiros tem a preferencia do leitor brasileiro. Nas listas de Mais Vendidos do pais, chegamos a ter autores brasileiros por centenas de semanas. Já nos romances e outros gêneros de ficção, os títulos estrangeiros deixam os brasileiros para trás.
2 - Quais exemplos que os autores estrangeiros deixam que os nacionais devam ou não seguir?
Mateus Lins - Um assunto bem subjetivo. O que pode inspirar a mim pode não inspirar a outro autor no quesito exemplo. Exemplos vêm de várias vertentes e não necessariamente da exclusiva fonte dos autores internacionais.

O que podemos suscitar para o quadro em questão é a questão do trabalho textual e das histórias, acredito eu. E isso varia muito de autor para autor, de gênero para gênero, de identificação para identificação, por isso, volto a salientar que é um assunto bastante subjetivo e que não pode ser abordado de maneira genérica como uma diretriz única e imutável, mas sim de modo abstrato para que cada um possa pensar, analisar e espelhar-se no exemplo mais interessante a ser retirado da situação.

3 – Você lê mais autores brasileiros ou estrangeiros? Por quê?

Então, me coloco em um ponto neutro, onde tenho lido tanto autores nacionais quanto internacionais em quantidades aproximadas.
Atualmente, estou lendo um livro nacional.

4 – O que podemos fazer para mudar a mente do leitor brasileiro para ler mais livros nacionais?


5 – Deixe sua opinião livre sobre o tema.
Mateus Lins - É um tema intrigante. Interessante e que propicia muito debate. Dentro do nosso mercado encontraremos pensamentos mais radicais que dizem para ler somente nacionais, outros amplamente extremistas e aqueles mais equilibrados. Onde está a razão? É uma boa pergunta e mais um novo conceito relativo. O que é razão para você aplicada nessa questão? Com quem ela está?

Uma literatura de boa qualidade é o que queremos. É o que ensejamos. Se ela for nacional, deve ser devidamente valorizada e nós, somente nós, leitores, podemos conceber a estas seu lugar de direito, sua devida atenção.

Acho que o brasileiro leva a vida segundo o modismo, isto fica bem claro em todos os setores, seja na moda fashion, na cor da roupa, no modelo do tênis, no corte do cabelo, na cor do esmalte, segue as tendências principalmente se vem de fora, de quem dita a moda, e hoje temos um ditador de modismo de grande peso a MÍDIA, e então parece que quanto aos livros nada fica diferente: se 50 Tons de Cinza é deprimente como literatura para uns poucos, milhares ao contrário acham que levar o livro no metrô e exibir a capa enquanto finge que lê garante sua aceitação como um ser atualizado que segue a moda .
ResponderExcluirSemióticas, nas devidas proporções, ler, ao meu ver, para o Brasil passou por 2 etapas, primeiro por um momento propício à leitura de signos cujos significado e significantes, (som ou desenho = letra), havia-se tempo para isso, mesmo que de acesso à poucos, tinha-se o "time" ideal para isso. Acredito que essa etapa tenha terminado por volta do final dos anos 80. A segunda etapa, e é a que, penso, vivemos hoje, é um pouco "haikai", o momento é favorável à isso.
ResponderExcluirMarx
"(...) a necessidade de alcançar novos mercados, fará com que o Capital crie a agilização nos processos de relações comerciais(...)"
ps.: perdoe-me, não me recordo o Volume e Texto especifico.
Nas devidas proporções, não deixa de ser similar a afirmação de Marx (Marx também, outros autores, pensadores, afirmaram algo similar), ao "time" hoje, de nossos hábitos, cultos, rotinas... A rapidez ao que me parece, junto ao desenvolvimento dos Mass Media, "avanço tecnológico", tornou "determinados" procedimentos bem mais específicos e diretos.
Penso que o que se tem hoje em "quantidade" relevante é, a presença da comunicação escrita, "leitura" mais compacta, é "isso e apenas isso", consuma facilmente.
Mesmo com políticas de "democratização" do Letramento, acredito que o número de leitores de conteúdos "haikai" ainda é notavelmente maior do que os leitores não de conteúdos não "haikai"
Já os estrangeiros, destaque para os Europeus, ao que me parece, leem (diversos conteúdos, temas) à maneira não "haikai".
Penso ser bom relembrar que Estrangeiros Europeus tendem a ter essa característica como leitores, não "haikai", na América do Norte, destaca-se E.U.A., já pelo próprio modo de formação do País, Estado e Nação, e nada mais do que o Berço do Liberalismo (que influencia e muito ao meu ver nos hábitos, costumes, ritos, cultos ou seja Cultura)
ao que me parece, reverbera para si e para os restante do planeta o hábito da leitura, "haikai ou não".
E, quanto ao conteúdo de cada livro, livreto, página ou mesmo eu texto, acredito que o Brasil e os Estrangeiros estão aos poucos, com suas políticas de letramento, segmentando os conteúdos, logo, "mensagens" de cada produção literária e o que se tem é um progresso, mesmo que lento, do modo de leitura "não haikai".
Some may not like a poor Brazilian writer "dumb" like me.
But I left a long time all attempts at perfection.
O Estrangeiro - Caetano Veloso
Que ele não me processe por ter plagiado e alterado a obra dele.
rsrsr
Obrigado à todos pela oportunidade.
Mauro.