Eu te amei com a sofreguidão de um barco à deriva, fazendo dos teus braços o meu cais derradeiro e definitivo. No mar turbulento das minhas incertezas, navegaste como se pudesses transcender a tua condição humana e ser um deus. Talvez porque compreendesses as minhas súplicas silenciosas e quisesses atendê-las. Talvez porque pensasses que eras a minha salvação ou eu a tua; talvez porque acreditássemos que o amor nos redimiria de todo sofrimento presente, passado e futuro. Naufragamos nos 'entretantos' que a ausência prolongada cavou em nossas certezas, como um túnel abarrotado de dúvidas e inseguranças. Porto de chegadas e partidas, meu coração cansou do vai-e-vem das embarcações, da turbulência dos ventos; escolheu a solidão por morada, não quer mais ancoragem nem despedidas.
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