
Não a ti, que eu não amo mais,
mas ao outro que eu amei
e por quem sofro,
é que estendo este olhar perdido sobre as ondas
sonhando um mergulho impossível.
Não por ti, homem comum, que me teve nos braços
e conheceu meu corpo,
mas pelo outro que eu criei e fiz poeta,
é que sinto a dor desse dilacerado engano
que me corta feito um punhal de ouro.
És tu quem enterro hoje
sob os escombros de tantos conflitos;
és tu que faço morto em meu desejo
Não o outro que nunca existiu, nunca esteve comigo.
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